As Dimensões Dos Relacionamentos Humanos

"Já faz algumas décadas que me encantei com o tema dos mandatos da criação. Apesar do pouco material disponível sobre o assunto em nossa língua portuguesa (o que há encontra-se em capítulos de livros ou artigos), à medida que estudava, mais a minha maneira de enxergar a vida, em todas as suas dimensões, era impactada, pois tais mandatos apontam para um direcionamento concreto da razão de nossa existência, bem como os fundamentos do nosso "viver, mover e existir". Não é sem razão que o apóstolo Paulo nos ensina estas verdades a partir da identificação "porque dele também somos geração" (At 17.28). É a partir da criação que encontramos todo o nosso arcabouço teológico da existência. Infelizmente, com o advento, desenvolvimento e enraizamento do humanismo, a partir do Iluminismo, o foco do viver a partir da criação foi se esvaindo de sentido e realidade. Sorrateiramente, nossa cultura foi sendo dominada por uma cosmovisão que ignorava a realidade de um Criador, exacerbando a relevância e supremacia da criatura. De repente, todo o viver estava comprometido com a felicidade do homem, e assim, o Criador, as demais criaturas e toda a criação passaram a ser subservientes deste propósito individualista e egoísta. Por causa desta mudança de paradigma existencial, passamos a falar de vários propósitos do viver humano, todos servos das nossas pseudo necessidades, alavancadas ao status de essência da vida por homens como Alfred Adler e Abraham Maslow. Com isto, o que vemos a cada dia, é uma sociedade mais voltada para si mesma, um homem cada vez mais assoberbado em si mesmo, e o caos se instalando na experiência do viver humano. É por causa deste quadro caótico, em que a própria igreja cristã se rendeu aos apelos evolucionistas, com sua filosofia de vida voltada para o 'eu', a centralidade do homem no universo, que recomendo com muito entusiasmo e alegria a leitura deste livro que chega às suas mãos." - Prefácio de Airton Williams V. Barboza